Da crise de mediação à necessidade de repensar o jornalismo
O digital inspirou o conceito de “novo ecossistema mediático”, por referência às mutações introduzidas pelas denominadas “novas tecnologias da informação e da comunicação” sobre os média e o jornalismo, no final do século XX. Para Carlos Camponez, o conceito de ecossistema mediático tem a particularidade de nos alertar para o facto destes impactos não serem apenas técnicos e tecnológicos, mas atravessarem todo o campo da Comunicação.
De acordo com o professor e investigador da Universidade de Coimbra, a desintermediação generalizada que as tecnologias da era digital promoveram de forma singular explica a atual crise de mediação generalizada que caracteriza a sociedade contemporânea. No campo da Comunicação, diz Carlos Camponez, essa crise implica novas formas de repensar o jornalismo e os média, colocando-nos perante a responsabilidade histórica de criarmos o futuro. Novas formas de comunicar implicam novos valores normativos, novos perfis socioprofissionais, novas formas de regulação, novas políticas públicas de Comunicação.
Da crise de mediação à necessidade de repensar as condições em que se faz jornalismo hoje. É este, então, o mote para a próxima sessão do Seminário Permanente de Políticas de Comunicação e Cultura, conduzida por Carlos Camponez, que se dedica, no ensino como na investigação, à reflexão sobre ética e deontologia, (auto)regulação dos média e estatuto profissional dos jornalistas. O seminário está agendado para o próximo dia 11 de novembro, a partir das 16h00, na sala de reuniões do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho.
Carlos Camponez é Professor Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coordena o Grupo de Investigação de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público e dirige a revista Mediapolis, no Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX. É membro do conselho deontológico do Sindicato dos Jornalistas e dirigiu a licenciatura e o mestrado de Jornalismo e Comunicação da Universidade de Coimbra. A (auto)regulação dos média, as questões éticas e deontológicas do jornalismo e a profissão dos jornalistas constituem os temas prioritários da sua investigação.
O Seminário Permanente de Políticas de Comunicação e Cultura é uma iniciativa do PolObs, Observatório de Políticas de Comunicação e Cultura do CECS.