Ana Isabel Reis; Fábio Ribeiro; Pedro Portela; Elsa Costa e Silva

2014

Rádios locais: concentração e regulação

Chamavam-se rádios piratas porque, como os piratas, cruzavam as ondas radioelétricas de forma marginal. Nasceram da conjugação de um conjunto de fatores relacionados com os movimentos pela liberdade de expressão, a emancipação progressiva das pequenas cidades, a simplicidade e generosidade técnica do sistema radiofónico e o entusiasmo de uma geração que queria experimentar e procurava o gozo de ser ouvida. Entre 1977 e o final de 1988 a radiodifusão clandestina em Portugal deu ao país algumas das mais arriscadas e emotivas experiências de comunicação de proximidade.

Em 1989, com a regulamentação do setor, foram atribuídas 314 frequências que continuaram a fazer notícia do que os média nacionais considerariam trivial e secundário. A história da radiodifusão local tem-se escrito de memórias avulsas e no quase silêncio dos estudos de comunicação. Este livro celebra os 25 anos das rádios locais em Portugal, refletindo sobre a sua origem na clandestinidade e sobre a sua eventual reanimação na Internet.