Futuro da comunicação pública no Brasil em debate

A recente eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência do Brasil tem motivado muitas interrogações sobre o destino político, cultural e social do país. Tanto no campo académico quanto na sociedade civil, uma das preocupações que gravitam no espaço público tem no centro do debate o futuro da comunicação pública.

Em entrevista à TV Record, no final de outubro, Bolsonaro anunciou que a TV Brasil (do grupo EBC) seria privatizada ou extinguida. No Twitter, Tereza Cruvinel, ex-presidente da EBC, reagiu a este anúncio considerando que a extinção do canal “deforma o sistema público de comunicação”.

Com uma tradição muito mais recente do que a do serviço público de média em Portugal, o sistema de comunicação pública no Brasil atravessa novo período de incertezas. Criada em 2007 para gerir as emissoras de rádio e de televisão públicas federais, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) enfrenta desde 2016 a ameaça da extinção.

Embora sem dados certos sobre o que virá realmente a acontecer a partir de janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro tomar posse como Presidente, a próxima edição do Seminário Permanente de Políticas de Comunicação e Cultura vai questionar os perigos que pairam sobre o Brasil em matéria de comunicação. É convidada desta sessão, agendada para terça-feira, 20 de novembro (às 14h30 na Sala de Atos do ICS), Sylvia Moretzsohn, jornalista e professora aposentada da Universidade Federal Fluminense.

 

Sílvia Moretzsohn foi jornalista, trabalhou em vários jornais no Rio de Janeiro, na década de 1980. Nos últimos 23 anos foi professora na Universidade Federal Fluminense. Foi também colaboradora do Observatório da Imprensa, entre 2012 e 2015 e é pesquisadora do ObjETHOS, Observatório da Ética Jornalística, sediado na Universidade Federal de Santa Catarina. Em janeiro deu uma entrevista ao Think Tank Communitas, no âmbito da qual considerou que “o jornalismo é cada vez mais necessário”.

 

O Seminário Permanente de Políticas de Comunicação e Cultura é uma iniciativa do PolObs, Observatório de Políticas de Comunicação e Cultura do CECS.