Bolsas de doutoramento em Ciências da Comunicação
Universidade do Minho acolheu 25% dos bolseiros entre 2010 e 2021
O Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura (PolObs/CECS) da Universidade do Minho acaba de arrancar com o projeto “Financiamento público de formação de investigadores: bolsas de doutoramento em Comunicação”, coordenado pela investigadora do CECS, Madalena Oliveira. Também integram a equipa do estudo, as investigadoras Mariana Lameiras e
Cláudia Dominguez. Com foco na carreira científica de investigadores doutorados em Portugal, que beneficiaram de bolsa de Doutoramento atribuída pela FCT, o objetivo principal deste estudo é conhecer o investimento público português em formação doutoral na área das Ciências da Comunicação. No total, serão analisados os dados públicos de 233 beneficiários, com bolsas atribuídas entre os anos de 2010 e 2021. Os primeiros resultados revelam que as mulheres (63,5%) obtiveram mais bolsas do que os homens (37,5%). No que diz respeito à nacionalidade dos bolseiros, os portugueses (76%) e os brasileiros (21%) são os beneficiários predominantes. A Universidade do Minho é a instituição de Ensino Superior com o maior número de bolseiros (25%), seguida da Universidade Nova de Lisboa (16%) e da Universidade de Aveiro (14%). As edições dos concursos de 2019, 2020 e 2021 são as de maior representatividade para a área das Ciências da Comunicação, com uma média de 30 bolsas atribuídas por ano. No período em análise, com apenas quatro, 2014 foi o ano com menos bolsas.
Investigador do Ceis20, Professor da Universidade de Coimbra
PolObs :: Num tempo em que há tantos provedores de informação, ainda se justifica promover políticas em defesa do jornalismo?
Sim, sem dúvida. Eu até diria que é porque temos um aparente acesso generalizado a informação que precisamos de promover e proteger o jornalismo. São os jornalistas que, por imperativo ético, podem garantir a difusão de informação de qualidade, livre e favorável à implicação dos cidadãos nos processos democráticos. Sem jornalismo não há democracia. O facto de recebermos informação por vias diversas tem contribuído para criar uma falsa sensação de que os jornalistas poderão ser dispensáveis. No entanto, o jornalismo tem um papel fundamental na identificação de informação credível e na desocultação daquilo que, por interesse, alguns procuram esconder.
PolObs :: O que é que seria necessário fazer para valorizar publicamente o jornalismo?
Várias coisas: reforço da autorregulação; combate à precariedade; políticas de promoção da qualidade da informação; campanhas de literacia mediática, criação de novos modelos de negócio… Mas a estas acrescentaria mais uma preocupação: criar uma cidadania mediática como condição da própria cidadania. Não há cidadania sem comunicação pública e, hoje, a comunicação pública é mediatizada. Uma cidadania mediática implica um cuidado, uma preocupação, uma cultura sobre os media e sobre a forma como comunicamos.
por JHONNY CAZETTA
Social Media and Democracy – The State of the Field, Prospects for Reform
Nathaniel Persily & Joshua A. Tucker (Eds.)
Oxford University Press (2020)
Este livro foi idealizado a partir de uma conferência organizada pela Social Science Research Council (SSRC) sobre as consequências da desinformação para a sociedade, em que se decidiu aprofundar pesquisas sobre as interferências do fenómeno no jornalismo, na política,
e no enfrentamento contra a pandemia do vírus Covid-19. Editado por Nathaniel Persily e Joshua A. Tucker, o livro traz um contributo interessante de como histórias inverídicas ou manipuladas colocam em risco o regime democrático e podem causar interferências em diferentes níveis. Tem como base a reflexão entre os limites de liberdade de expressão e o discurso do ódio. Na primeira parte, os textos trazem conceitos sobre pós-verdade, desinformação, e sobre a radicalização ideológica nas redes sociais. Na segunda parte, são apresentadas propostas e considerações do que pode e do que já foi feito em diferentes países no combate ao fenómeno. A obra apresenta estudos comparativos de regulação da mídia e de políticas de comunicação social em defesa da democracia nos Estados Unidos da América e em países da Europa.
No próximo dia 10 de março, o PolObs regressa ao Brasil para uma missão de 60 dias no âmbito do projeto “Cultura e Desenvolvimento: Projetos Culturais e
a Agenda 2030”. O investigador responsável, Manuel Gama, desenvolverá uma série de atividades em cinco estados brasileiros: São Paulo (São Paulo, Santos,
Campinas e Mogi das Cruzes), Paraná (Curitiba), Santa Catarina (Itajaí, Florianópolis), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) e Ceará (Crato). Os objetivos da missão incluem a observação da implementação de projetos culturais em rede enquadrados com a Agenda 2030 e concebidos nas Oficinas 2CNCLab nos anos de 2020 e 2021; a dinamização das Oficinas 2CN-CLab em formato presencial com o objetivo de gerar ideias de projetos culturais em rede para a década da ação da Agenda 2030; a compilação de um conjunto de registos áudio e vídeo de investigadores e profissionais do setor cultural sobre a importância da cultura para o desenvolvimento sustentável; e a realização de seminários e conferências destinadas a estudantes de graduação e pós-graduação das instituições de
ensino superior envolvidas.
14/03 -DIGITAL PLATFORMS SEMINAR
10h (sessão em inglês) – Debate do artigo “Análise de Sentimentos: Da Psicométrica à Psicopolítica”, de autoria de Felipe Melhado e Jean-Martin Rabot.
Moderação: Helena Sousa e Jack Linchuan Qiu
Comentários: Tales Tomaz
Link Zoom: https://videoconfcolibri.zoom.us/j/85019783810
SEMINÁRIO PLATAFORMAS DIGITAIS
14h (sessão em português) – Debate do artigo: “A Experiência Negra de Ranqueamento Social na Uber: Uma Reflexão Racializada da Vigilância Contemporânea”,
de autoria de Naiara Silva Evangelo e Fátima Cristina Regis Martins de Oliveira.
Moderação: Rodrigo Saturnino e Mariana Lameiras
Comentários: Pedro Almeida
Link Zoom: https://videoconfcolibri.zoom.us/j/89520048994
01/02 – Portaria regulamenta o curso básico de teatro para o 2.º e 3.º ciclo do ensino básico.
02/02 – Certificado o Caminho Português da Costa como itinerário do Caminho de Santiago.