Investigação
“Dinâmicas Culturais de Guimarães dez anos depois da CEC’12: Contributos para a elabora-ção do Plano Estratégico Municipal Cultura Guimarães 2032” é o mais recente projeto de investigação encomendado ao PolObs pelo município de Guimarães, com a coordenação científica de Manuel Gama, investigador e coordenador do Observatório para o eixo Cultura. A sessão pública de apresentação do estudo será dia 07 de junho, às 21h, no Teatro Jordão, em Guimarães.
A considerar o legado de Guimarães, aquan-do da Capital Europeia da Cultura 2012, o Observatório de Políticas de Ciência, Comu-nicação e Cultura do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho propõe-se a colaborar com o muni-cípio de Guimarães no processo de elabora-ção do Plano Estratégico Municipal Cultura Guimarães 2032 com a proposta de imple-mentação de duas fases: i) um olhar externo sobre as dinâmicas culturais municipais; ii) o acompanhamento técnico-científico do pro-cesso coletivo de elaboração do Plano Estra-tégico Municipal Cultura 2032.
São objetivos da investigação apresentar o contexto cultural municipal; avaliar os im-pactos dos investimentos municipais na cul-tura; analisar as estratégias dos espaços, equipamentos e de eventos culturais âncora para o diálogo, o envolvimento, a fidelização, a captação e a formação de públicos; carac-terizar os perfis dos públicos da cultura; estu-dar o grau de satisfação sobre as dinâmicas culturais municipais; identificar públicos potenciais; apresentar a metodologia de tra-balho para a elaboração do Plano Estratégico Municipal Cultura 2032; acompanhar cientifi-ca e tecnicamente a elaboração do Plano Estratégico Municipal Cultura 2032.
O desenvolvimento do projeto terá, na pri-meira dimensão, uma metodologia que con-jugará uma abordagem qualitativa com uma abordagem quantitativa e integrará instru-mentos e técnicas diversificadas. A segunda dimensão do projeto privilegiará uma abor-dagem colaborativa, que visa concorrer para o efetivo e consequente envolvimento e par-ticipação dos protagonistas do tecido cultu-ral do território no processo de elaboração de um plano estratégico, que se quer consisten-te e que responda positivamente às necessi-dades identificadas.
O acompanhamento científico e técnico será efetuado através de reuniões regulares, virtu-ais e presenciais, entre a equipa do PolObs e a equipa local constituída no município.
Comunicação
Investigadoras do PolObs integram o projeto do Observatório Europeu do Audiovisual que consiste no mapeamento sobre as regras aplicáveis às plataformas de partilha de vídeo no que diz respeito às comunicações comerciais. Mariana Lameiras e Elsa Costa e Silva
forneceram ao Observatório um retrato sobre a atual situação portuguesa com base no enquadramento legislativo nacional e tendo em consideração a transposição da Diretiva Europeia dos Serviços Audiovisuais (Audiovisual Media Services Directive (EU) 2018/1808), que, em Portugal, foi transposta em 2020 (pela Lei n.º 74/2020, de 19 de Novembro).
Este projeto tem a chancela da Comissão Europeia e abrange os países membros da União Europeia, a Noruega e o Reino Unido. Esta colaboração resulta de uma parceria estável com o Observatório, da qual já resultaram outros trabalhos, entre os quais o mapeamento das regras nacionais aplicáveis às plataformas de partilha de vídeos (em particular no que concerne a proteção de menores contra conteúdos online nocivos e do público em geral contra conteúdos ilegais e conteúdos que incitem a violência ou o ódio), em 2021, e o mapeamento das
regras nacionais para a promoção de obras europeias na Europa, em 2019.
Cultura
O percurso de 60 dias pelo Brasil, realizado entre 09 de março e 08 de maio, trouxe resultados e contributos significativos ao projeto “Cultura e Desenvolvimento: Projetos Culturais e a Agenda 2030”, desenvolvido desde 2019 pelo PolObs. O plano de trabalho, realizado
pelo investigador Manuel Gama, cumpriu uma agenda de 10 seminários, 3 conferências, 8 workshops, 60 mentorias, 39 entrevistas e 20 visitas de observação. Nove cidades dos estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará participaram da missão.
Foram cumpridos os objetivos de investigação com a observação da implementação de projetos culturais em rede enquadrados na Agenda 2030 e concebidos nas Oficinas 2CN-CLab nos anos de 2020 e 2021; a dinamização das Oficinas; a produção de registos áudio e vídeo de investigadores e profissionais do setor cultural; e a realização de seminários e conferências destinadas a estudantes de graduação e pós-graduação das instituições de ensino superior envolvidas no projeto.
Em agosto, planeia-se um retorno ao Brasil para o acompanhamento de projetos nos estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Professora na Universidad de Extremadura
PolObs :: Em contexto universitário, que estruturas comunicativas são necessárias para ampliar a difusão científica?
A coordenação das assessorias de imprensa das universidades e a criação de rádios universitárias e unidades de cultura e inovação científica são instrumentos perfeitos para que a instituição estabeleça um diálogo direto com os cidadãos num contexto mutação e “mediamorfose”. Esses departamentos tornaram-se um dos mais importantes agentes de divulgação da ciência e tecnologia. São intermediários entre pesquisadores e jornalistas, colaboram com os média na preparação de conteúdo, geram os seus próprios produtos de informação e
estão ao serviço dos cientistas para assessorá-los. Por isso, são essenciais para que as universidades contribuam fortemente para a democratização do conhecimento e para a alfabetização científica e mediática das diferentes classes sociais.
PolObs :: Que competências devem ter os investigadores para facilitar a divulgação científica?
Sem dúvida, competências de comunicação. É já uma realidade que os investigadores estão a encontrar novas formas para comunicar a ciência, utilizando uma ampla gama de meios online (ex. Twitter, Facebook, blogs), desenvolvendo aí diversas estratégias desde a alfabetização científica e compreensão pública da ciência ao atual compromisso público (public engagement). Mas é impossível negar o valor dos meios de comunicação para legitimar publicamente a ciência e a tecnologia. Os meios e a ciência implicam-se mutuamente para construir o imaginário coletivo e o avanço como conhecimento coletivo.
por SANDRA MARINHO
Model curricula for journalism education: a compendium of new syllabi
UNESCO (2013)
Não vou sugerir um livro, mas sim uma coleção: a série sobre ensino do Jornalismo (Series on Journalism Education) da UNESCO. Há um conjunto de textos sobre modelos curriculares. O mais recente é já de 2013, mas continuam a apresentar propostas muito válidas nos dias de hoje. Mas, acrescentando um relatório à estante, encontramos informação mais atual sobre o International Programme for the Development of Communication, o programa da UNESCO que promove esta coleção. Destacamos neste relatório a Declaração de Paris sobre a Liberdade no Ensino do Jornalismo, aprovada em 2019 no World Journalism Education Congress, organizado pelo World Journalism Education
Council, um organização parceira da UNESCO no que toca ao ensino do jornalismo. Na coleção há ainda publicações sobre temas como a desinformação, a sustentabilidade ou alterações climáticas. Este conjunto de publicações pode constituir um bom recurso para professores e estudantes de jornalismo, mas não só.