Cultura
Mais dois projetos no domínio das políticas culturais foram finalizados sob a coordena-ção científica de Manuel Gama, investiga-dor e coordenador do PolObs: “Dinâmicas Culturais Municipais: Contributos para a elaboração do Plano Estratégico Municipal Cultura Setúbal 2030” e “Dinâmicas Cultu-rais Municipais: Contributos para a elabora-ção do Plano Estratégico Municipal Cultura Guimarães 2032”.
Ambos decorreram entre os anos de 2022 e 2023 e realizaram-se em duas fases: a pri-meira refere às dinâmicas culturais do mu-nicípio e a segunda à elaboração do Plano Estratégico Municipal. Ao longo da investigação, houve a partici-pação de decisores políticos, de agentes culturais, representantes do associativismo, do setor educativo e do turismo, o que mo-vimentou a região e culminou na participa-ção de 736 pessoas em Setúbal e de 654 em Guimarães. A apresentação dos resultados da 1ª fase decorreu a 19 de setembro em Setúbal e para Guimarães será planeada uma sessão brevemente. A versão 0 do Plano Estratégico Municipal de Cultura decorrerá posteriormente, seguida de consulta pública.
Imagem: Vecteezy.com / Marta Alves
Agenda
Com a participação de 22 países, Lisboa acolherá o VIII Congreso Iberoamericano de Cultura, entre os dias 15 e 17 de novembro, no Centro Cultural de Belém.
Trilogia de livros
Volume “Políticas de Comunicação em Portugal: Hibridismos e Opacidades”
O “Telescópio” da presente edição do boletim é sobre o capítulo do livro “Políticas de Comunicação em Portugal: Hibridismos e Opacidades” que aborda o ativismo e a participação nas políticas de comunicação do país. A investigação de Ana Duarte Melo e Fábio Ribeiro realça o caráter esporádico das iniciativas de ativismo e atenta para uma débil mobilização social no que diz respeito à organização dos cidadãos para participarem nas políticas de comunicação em Portugal.
Numa investigação a partir do ativismo cidadão e da participação ‘bottom-up’ nas políticas de comunicação em Portugal na última década, os autores destacam o longo caminho a percorrer em termos de cultura participativa que, quando existe, se carateriza por manifestações residuais e sem organização estruturada e consistente.
Cultura
A parceria colaborativa entre Portugal e Brasil por meio do Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura (PolObs/CECS) e do Sesc São Paulo, contribuiu, pela segunda vez neste ano, com a disseminação dos conceitos da Agenda 2030 em três cidades brasileiras: Belém, no estado do Pará, Presidente Prudente e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo. Nas cidades paulistas, o investigador Manuel Gama promoveu oficinas em duas turmas de 30 pessoas resultando na produção de 19 ensaios e 13 novas ideias de projetos culturais a serem desenvolvidos em território brasileiro.
Políticas públicas
04 de setembro
Decreto-Lei nº 78/2023 procede à criação do Património Cultural, I.P., e aprova a respetiva estrutura orgânica.
Decreto-Lei nº 79/2023 procede à criação da Museus e Monumentos de Portugal, E. P. E.
02 de agosto
Portaria nº 249/2023 estabelece a quota mínima obrigatória de 30 % de música portuguesa na programação musical dos serviços de programas de radiodifusão
sonora.
06 de julho
Resolução da Assembleia da República n.º 80/2023, elege o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
19 de junho
Decreto-Lei nº 46/2023 transpõe a Diretiva (UE) 2019/789, que estabelece normas sobre o exercício do direito de autor e direitos conexos.
Decreto-Lei n.º 47/2023 transpõe a Diretiva (UE) 2019/790 relativa aos direitos de autor e direitos conexos no mercado único digital.
ANA MELO
Professora da Univ. do Minho
Investigadora do CECS
FÁBIO RIBEIRO
Professor da UTAD
Investigador do CECS
PARTICIPAÇÃO CIDADÃ: COMO ESTIMULAR?
PolObs :: PolObs:: Como resumem a importância da participação nos estudos sobre os Media e sobre as Políticas de Comunicação em particular?
Muito relevante, no sentido de contribuirmos para uma aferição, um certo olhar sobre como a sociedade – o povo ‘grassroot’ – se (não) posiciona em relação a estas questões. Verificámos que isso não acontece, embora a expressão “participação dos cidadãos” apareça frequentemente como forma de legitimar.
PolObs :: Que três grandes fragilidades no contexto da participação dos cidadãos assinalam depois do estudo realizado?
Neste contexto, as fragilidades atravessam diferentes níveis. Assinala-se a falta de uma cultura participativa ancorada num alheamento da esfera pública em geral e da política em particular, resultando numa inércia em contraciclo com o ativismo. Outra fragilidade revelada no estudo é espírito acrítico enraizado na sociedade portuguesa. Há crítica, mas a participação do cidadão não vai além do desabafo tornando o próximo passo numa barreira adicional a ser transposta. O estudo revela ainda o não reconhecimento, por parte dos cidadãos, da relevância das políticas de comunicação e que a existência de mecanismos de participação não corresponde ao seu uso (caso das iniciativas cidadãs na Assembleia da República).
por CLÁUDIA DOMINGUEZ
The World of Open Data oferece uma visão para o futuro da área dos dados abertos tanto para administrações públicas quanto para investigações científicas. A obra apresenta fundamentos teóricos, princípios, metodologias e quadros técnicos do universo dos dados abertos. Com uma visão sistémica das questões e desafios deste campo, os autores compartilham com os leitores uma diversidade de perspetivas e abordagens distribuídas em nove capítulos que refletem desde o panorama histórico dos dados abertos; os benefícios e desafios da abertura de dados governamentais conjugando transparência e privacidade; o ciclo de vida dos dados abertos; as políticas e diretivas; as questões organizacionais de interoperabilidade e infraestrutura dos dados; até as áreas e direções de investigações com a discussão da multidisciplinaridade no âmbito científico. Num universo digital em que se produzem milhões de dados a cada segundo, esta obra instiga os investigadores de diversos domínios científicos a reconhecer o potencial dos dados como fonte de investigações multidisciplinares, de modo a ampliar o conhecimento e impactar diferentes campos do saber, a exemplo do Jornalismo onde a prática do Jornalismo de Dados está presente em países europeus como Portugal e Espanha.