Uma equipa multidisciplinar do PolObs concluiu o relatório preliminar do estudo “Dinâmicas Culturais Torres Novas 2020: Contributos para a elaboração do Plano Estratégico Municipal para a Cultura” com os principais resultados sobre os públicos potenciais da Cultura da região de Torres Novas, no centro do país.
Coordenado pelo investigador Manuel Gama, o projeto deste estudo contempla duas fases de pesquisa. A primeira visa apresentar o contexto cultural de Torres Novas, avaliar os impactos dos investimentos culturais no município, analisar as estratégias de equipamentos e de eventos culturais para a formação de públicos e identificar públicos potenciais de Torres Novas. A conclusão desta fase está prevista para o final de março, a depender das contingências provocadas pela pandemia.
Na segunda fase serão dinamizadas oficinas com a finalidade de apresentar a metodologia de trabalho para a elaboração de um Plano Estratégico Municipal para a Cultura e de acompanhar cientifica e tecnicamente a elaboração do Plano Estratégico Municipal para a Cultura de Torres Novas.
O estudo tem conclusão prevista para o final de junho, altura em que será apresentado à autarquia de Torres Novas o relatório final do plano de trabalhos.
O objetivo é ampliar os canais de difusão do trabalho desenvolvido, dando a conhecer de forma mais alargada os estudos em curso e as iniciativas de organização de eventos. As publicações nesta rede social vão também procurar divulgar conteúdos produzidos no âmbito da atividade do observatório (vídeos, por exemplo) e fazer auscultações sobre questões de política de ciência, comunicação e cultura.
Anabela Gradim (Professora da Universidade da Beira Interior)
PolObs :: Porque é que se pode dizer que o atual modelo de publicação está em crise?
Para além do crescimento exponencial da ciência e do número de investigadores em atividade, há hoje uma enorme pressão para publicar, uma espécie de capitalismo científico. Por outro lado, há também a questão ética, que obriga a questionar o modelo de negócio inerente à lógica de publicação (a investigação é feita com fundos públicos e as editoras vendem aquilo que produzimos). E está também a crescer o fenómeno das publicações predatórias, que parasitam o modelo de acesso aberto e criam desordem no sistema.
PolObs :: Que vantagens tem, neste cenário, a indexação de revistas?
A indexação fornece uma barreira e ajuda a controlar a crise das editoras predatórias. Por outro lado, permite aumentar a qualidade e a quantidade de trabalhos submetidos às revistas, ao mesmo tempo que fornece indicadores para avaliar o campo e a significância dentro desse campo. A indexação tem ainda a vantagem de potenciar a visibilidade dos autores. É verdade que uniformiza os produtos científicos, mas facilita a comparabilidade. Não há dúvidas de que, apesar da complexidade do sistema, a existência de bases de dados de indexação é um fator importante de credibilização.
por Joaquim Fidalgo
José Luís Garcia
Almedina/ERC, 2020
Este livro partiu de um convite da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), tendo por objetivo contribuir para a compreensão do que se passa na informação e no jornalismo em Portugal, no contexto dos processos de “digitalização, liberalização e globalização” a que assistimos. Sob a coordenação de José Luís Garcia, um conjunto de investigadores – Teresa Duarte Martinho, Diogo Silva da Cunha, Joana Ramalho, Marta Pinho Alves, José Nuno Matos e Sara Meireles Graça – aborda temáticas como a “viragem neoliberal” que toca o jornalismo, as pressões do ambiente digital que o envolve, os desafios da participação dos públicos, a precariedade dos jornalistas ou as agruras do acesso à profissão. A perspetiva crítica com que os assuntos são dissecados está patente nas conclusões, onde se defende que o atual contexto “tem vindo a elevar a tensão entre uma conceção de jornalismo orientado para a vida pública versus uma conceção de jornalismo subordinado à introdução de inovações tecnológicas e ao negócio dos média”.
Reconfigurações no site www.polobs.pt
O site do PolObs está diferente. Com uma nova página de entrada, o objetivo das reconfigurações programadas em janeiro é tornar mais direto o acesso à informação e aos serviços.
Reunião com a equipa de investigadores
O plano de atividades do PolObs prevê a realização de duas reuniões plenárias da equipa por ano. A primeira realizou-se no final de fevereiro, com o objetivo de debater o plano de atividades para 2021, que passará, entre outras iniciativas, por uma maior articulação com o MILObs e com o Communitas think tank.
Coriopolis
O PolObs finalizou em fevereiro a fase principal do estudo encomendado pela Companhia Instável (CI), no âmbito do projeto Coriolis. A meta era o diagnóstico das necessidades de capacitação das organizações do setor cultural da região Norte de Portugal.
O relatório final reuniu informação sobre a identificação e caraterização das necessidades das organizações culturais profissionais em áreas artísticas como a dança, o teatro e cruzamentos disciplinares. O projeto foi financiado pelo Mecanismo EEA Grants, inserido no Eixo 4 do Programa Cidadãos Ativo@s, promovido em Portugal pelo consórcio Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Bissaya Barreto.
Regulação
Quais são as áreas de interesse e de investigação em curso no campo das políticas, da regulação e da economia dos média em Portugal? O que está a mobilizar os investigadores nacionais? Estas são as questões de base de um mapeamento iniciado em dezembro pelo grupo de trabalho de Regulação, Políticas e Economia dos Média da Sopcom em parceria com o PolObs (por iniciativa da investigadora Elsa Costa e Silva). O objetivo é preparar um relatório dando conta das direções desta área de investigação em Portugal e promover a realização de uma reunião nacional para discussão desse documento de trabalho.
15 de março, 16h00
Debate sobre desenvolvimento sustentável e política cultural
O próximo Seminário Permanente do Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura (PolObs/CECS) acontece dia 15 de março, às 16h. É convidado desta sessão o investigador latino-americano Lázaro Israel Rodríguez, que vai debater a relação entre políticas culturais e o desenvolvimento sustentável, principalmente na América Latina e Caribe.
O seminário é aberto, não carece de inscrição e realiza-se de forma remota, através da plataforma Zoom (http://bit.ly/Agenda2030_Brasil). Esta é uma iniciativa mensal que pretende promover a discussão entre investigadores.